4ª edição da Marcha das Vadias de São Paulo

Cartaz da campanha de divulgação da MdV 2014

Cartaz da campanha de divulgação da MdV 2014

Após um ano de intensa mobilização feminista, com atos contra o Estatuto do Nascituro, pelo Fora Feliciano, contra a “Cura Gay”, em comemoração ao Dia Internacional de Luta das Mulheres, pelo parto humanizado e por tantas outras causas, o coletivo Marcha das Vadias de São Paulo tem o prazer de convidar a todxs para a 4ª edição de seu ato de rua.

Este ano levamos às ruas mais uma vez o combate à cultura do estupro, que responsabiliza as mulheres por toda violência cometida contra elas, principalmente as de caráter sexual.

Além disso, queremos destacar que toda prática sexual sem consentimento é estupro. E muitas vezes o não consentimento não é verbal, não é explícito. Muitas vezes nos calamos diante de uma violência. Nos calamos por medo, vergonha, dor, estado alterado de consciência, doença ou enfermidade, dúvida, baixa auto estima, nos calamos por estarmos sob ameaça ou chantagem.

Se você não conseguiu dizer não, não significa que você consentiu. Vamos às ruas para gritar que QUEM CALA NÃO CONSENTE!

Precisamos combater a cultura do silenciamento, da naturalização da violência contra as mulheres, da culpabilização das sobreviventes de violência de gênero. Vamos construir uma cultura do diálogo, do respeito, da humanização.

Venha se juntar a nós, no dia 24 de maio de 2014, no vão livre do Masp!

Programação:
11h: oficinas de cartazes e de bateria
12h: início da concentração

13h: apresentação teatral (Grupo Segunda Opinião)
13h30: microfone aberto e jogral
14h: saída em marcha
16h: previsão de horário da dispersão

Conheça os gritos da Marcha das Vadias Sampa

A Marcha das Vadias acontece em São Paulo no próximo sábado, dia 25. A concentração é ao meio-dia, na Praça do Ciclista, que fica no encontro da Avenida Paulista com a Rua da Consolação.

Faltam apenas 5 dias, o suficiente para decorar os gritos que serão puxados durante o ato!

 

1

vem, vem,
vem pra rua, vem
contra o machismo

2

se cuida, se cuida, se cuida seu machista
a América Latina vai ser toda feminista

3


se o corpo, se o corpo,
se o corpo é da mulher
Se o corpo, se o corpo,
se o corpo é da mulher
ela dá pra quem quiser, ela dá pra quem quiser
ela dá pra quem quiser, inclusive outra mulher

4

Ela não anda, ela milita
ela é forte, ela é feminista
ativista, sua luta repercute
tá na rua, tá no mundo e não só no facebook

5

a nossa luta
é todo dia
contra o machismo, racismo
e homofobia (variar com transfobia e lesbofobia)

6

eu amo homem, amo mulher,
tenho direito de amar quem eu quiser

7

a nossa luta é por respeito
mulher não é só bunda e peito

8

a violência contra mulher, não é o mundo que a gente quer…

9
se tem violência, contra mulher, a gente mete a colher..

10

pode chover, pode molhar,
contra o machismo não me canso de lutar (caso de chova)

11

a nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria.

12
ô, patriarcado!
vou te dar um aviso:
você vai ser superado
você vai ser superado
nossa luta é incansável!

13

olha só quem vem aí
as vadias vêm aí
desafiando o medo
quebrando o silêncio
as vadias vêm aí!

14
machistas, racistas não passarão!
ou
machistas, fascistas não passarão!

15

eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente
com a roupa que eu escolhi
e poder me assegurar
de burca ou de shortinho todos vão me respeitar

5 motivos para ir à Marcha das Vadias

Durante a divulgação da Marcha das Vadias desse ano, tem sido muito comum ouvir comentários do tipo:

“Sou a favor da marcha, mas me incomoda muito o termo vadias!”

“Eu apoio o movimento só não apoio o nome.”

“Sou a favor da marcha, mas odeio o termo vadia – acho ele opressivo, pejorativo e cheio de rótulos…”

 

A Marcha das Vadias existe para chamar a atenção sobre os casos de violência a que nós mulheres, somos submetidas cotidianamente. Se essa é uma marcha que se solidariza às vítimas de violência, por que raios esse nome opressivo, pejorativo e cheio de rótulos?

Acreditamos no nosso poder de ressignificar socialmente os xingamentos machistas empreendidos contra as mulheres, simplesmente porque não concordamos com eles. Para o patriarcado, nenhuma mulher é intrinsecamente pura. Essa classificação vai depender das suas atitudes, se a mulher segue à risca o que a nossa educação sexista e burguesa nos obriga: ser uma mulher respeitável, agradável, simpática, ser feminina com requintes de bom gosto, ser uma mulher prendada e que somente com estas qualidades – que por vezes podem suprimir sua essência – ela alcançaria o casamento, que deixa de ser uma opção e passa a ser uma meta a ser atingida em um prazo determinado.

Qualquer deslize e você pode ser jogada para o time das vadias. Ficou com mais de um cara em uma noite? Colocou uma saia mais curta? Bebeu “além da conta”? Pronto, ganhou a carteirinha de vadia. E não existe o meio termo “quase-vadia”. Vai ser vadia 100%. Mas se você se comportar direitinho, seguir as regras, quem sabe o tribunal sexista sentencia que agora você faz parte das mulheres decentes. “Ela mudou, tomou jeito na vida”.

A sociedade patriarcal define que a vadia é a mulher que está inteiramente disponível, não merece ser respeitada, por isso está todo o tempo sujeita a qualquer tipo de uso ou abuso — físico, sexual ou psicológico (joga pedra na Geni!).

Vamos ao nosso top five de motivos para ir à Marcha das Vadias:

– Você já foi desrespeitada, ameaçada, se sentiu apavorada com uma cantada de rua (que na realidade é assédio verbal).

– Você já chamou uma colega de vadia. E se você não foi chamada de vadia ainda (de forma pejorativa), pode chegar a sua vez nessa lógica perversa.

– Você já foi julgada pela quantidade de caras com quem você já saiu.

– Você não aguenta mais notícias diárias de assassinatos, estupros e todos os outros tipos de violência contra as mulheres.

– Você quer viver em uma sociedade igualitária onde as mulheres tenham direito ao próprio corpo.

 

Beaj, te vejo lá!

 

Créditos: Joanah Dark (foto) e Aline Fonseca (edição).

Créditos: Joanah Dark (foto) e Aline Fonseca (edição).

 

Marcha das Vadias Sampa lança campanha de divulgação

O coletivo Marcha das Vadias de São Paulo (MdV SP) lançou pelo Facebook na última quinta-feira (9) uma campanha de divulgação do ato de rua realizado anualmente na capital paulista. Conforme os cartazes forem lançados pela página da MdV SP no Facebook, divulgaremos por aqui também. Pelo terceiro ano consecutivo, a marcha vai tomar as ruas da capital paulista. Partindo da Praça do Ciclista – que fica no encontro da Avenida Paulista com a Rua da Consolação -, o ato percorre a Avenida Paulista e desce a Rua Augusta até a Praça Roosevelt.

Então está combinado: todxs às ruas no próximo dia 25 de maio, em luta contra a responsabilização das mulheres pelas violências cometidas contra nós! A partir do meio-dia haverá oficinas de cartazes e stencil, jogral, performance e manifesto vivo, construído coletivamente por quem desejar falar, denunciar, gritar contra as opressões que recaem sobre as mulheres!

Créditos: Joanah Dark (foto) e Aline Fonseca (edição).Créditos: Joanah Dark (foto) e Aline Fonseca (edição).